Por: João Victor Rodrigues

A Orla Rio, concessionária que administra a orla carioca, passou nesta segunda-feira para a família de Moïse Kabagambe o termo de permissão de dois quiosques na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Um deles é o Tropicália, onde ele foi assassinado no dia 25 de janeiro. A ideia é que os quiosques se transformem em um centro de memória de Moïse e também de memória africana.

O prefeito Eduardo Paes relatou que essa é uma forma de não deixar o caso ser esquecido. “Dar à família a concessão dos quiosques é uma decisão da Orla Rio, por sugestão da Prefeitura. A nossa sociedade repudia o crime brutal que o Moïse foi vítima. Sabemos que a perda de vocês não vai ser reparada com essa atitude, mas queremos que a memória do Moïse fique viva e que esse ato tão brutal seja permanentemente lembrado para que as pessoas não repitam”.

Segundo a Prefeitura do Rio, além do Tropicália, o quiosque Biruta, que fica ao lado, também será cedido à família tão logo uma questão judicial seja resolvida.

O procurador da Comissão de Direitos Humanos do Rio, Rodrigo Mondego, diz que a família só aceitou a administração em memória de Moïse. “A família, quando viu a homenagem para ser um espaço de memória, para a não repetição, para que não se repita, a família aceitou, antes mesmo de ver como um empreendimento comercial”.

Também nesta segunda, 11 familiares de Moïse foram recebidos por secretários de governo, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul. Por questões médicas, o governador Cláudio Castro participou do encontro por telefone.

Durante a reunião, foram oferecidas uma linha de crédito para que a família possa gerir o quiosque. Além de um programa de proteção à família de Moïse.

No último sábado (5), o Rio de Janeiro e outras cidades foram palco de atos cobrando justiça por Moïse e promovendo a luta contra o racismo e a xenofobia.